A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), por meio da sua Gerência de Atenção Primária à Saúde, aponta que de janeiro a junho de 2024 houve crescimento de 25% na oferta de atendimentos de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) no Piauí. O estado passou de 39 para 60 municípios já registrando a oferta desses serviços para a população de forma gratuita através do SUS.
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são abordagens terapêuticas que têm, como objetivo, a promoção e recuperação da saúde e a prevenção de agravos, enfatizando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre ser humano, meio ambiente e sociedade. As práticas foram institucionalizadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (PNPIC), por meio da portaria 971 de maio de 2006, oferecendo de forma gratuita para a população 29 tipos de atendimentos.
Samara Lima, técnica estadual das PICS na Sesapi, explica que no estado existem 15 modalidades de PICS executadas e que o fortalecimento dessas práticas ajuda a melhorar e ampliar a qualidade dos serviços da Atenção Primária no estado. “Temos exemplos muito bons no Piauí, como em Landri Sales, e precisamos trabalhar para fortalecer essas atividades complementares cada vez mais. Já existem estudos que mostram os benefícios como manejo de dor, ajuda com problemas emocionais, ajuda no tratamento de doenças cardiovasculares e osteoarticulares entre outros”, fala a técnica.
Em Landri Sales mais de 30 crianças com necessidades especiais são beneficiadas pela PICS na Rede de Atenção à Saúde, onde a atividade busca promover o alívio e tranquilidade para crianças e adolescentes com necessidades especiais através da ventosaterapia. Cada paciente recebe atendimento semanal, com sessões que duram de 20 a 30 minutos, utilizando ventosas de silicone, apropriadas para crianças. As técnicas são adaptadas às necessidades de cada paciente. A seleção dos participantes foi feita a partir de uma lista de crianças já assistidas pelo município em atendimentos psicológicos e psicopedagógicos.
Lisliane Pereira, mãe de uma criança autista que participa das práticas integrativas em Landri Sales, compartilha sua experiência: “Eu já conhecia o tratamento e ajuda bastante, tanto para relaxar quanto para trazer benefícios às crianças autistas e, não só para elas, mas também para aquelas com outras comorbidades. Minha filha tem melhorado bastante, está mais relaxada e calma. É um tratamento maravilhoso,” conta.
As PICS podem ser desenvolvidas nos municípios por meio das Unidades Básicas de Saúde, ambulatórios especializados, serviços de reabilitação, de atendimento à saúde mental, Centro de PICS e hospitais.
Samara Lima reforça que o foco agora é desenvolver mais ainda as PICS dentro do estado, trabalhando com um grupo interinstitucional a elaboração da Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares (PEPIC) para orientar, a todos, a melhor forma de implementar e gerenciar as práticas integrativas.
“A política estadual ajudará a organizar e orientar melhor sobre a implantação e integração dessas práticas nos municípios, permitindo que mais municípios apliquem essas práticas e que seus benefícios atinjam uma parcela maior da população. Lembramos que as PICS são atividades complementares que não substituem o tratamento tradicional de doenças, apenas complementando esse processo”, finalizou a técnica.