fonte: folhapress
Temperatura máxima de 36°C e sensação térmica de 55,6°C. As duas medições, apesar da enorme diferença entre elas, foram feitas nesta quarta-feira (15) pela mesma estação meteorológica, a de Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Na terça-feira (14), o mesmo local registrou sensação térmica de 58,5°C, recorde desde que o índice começou a ser medido no Rio de Janeiro.
A temperatura do ar é mensurada por termômetro abrigado da radiação solar direta, em estações meteorológicas, sejam automática ou convencionais.
Já a sensação de calor no corpo humano é calculada por meio de uma equação matemática que considera as variáveis temperatura e umidade relativa do ar, explica o meteorologista Adilson Nazário, do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da Prefeitura de São Paulo.
No caso de temperaturas baixas, afirma, são usados indicadores de temperatura e intensidade do vento para realização do cálculo de sensação térmica.
“Mas não se trata da temperatura do ar”, reforça o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), que faz a medição oficial climatológica do país, sobre índices de calor.
De acordo com o Alerta Rio, da Prefeitura do Rio de Janeiro, o valor é uma estimativa, pois a percepção de calor de uma pessoa pode ser influenciada por fatores que vão de hábitos a exposição direta ao sol, estar em ambientes arborizados e uso de roupas leves ou pesadas, por exemplo.
Em locais com umidade alta, o índice indica sensação térmica maior que a temperatura do ar, afirma o serviço da Prefeitura do Rio.
A meteorologista Josélia Pegorin, da Climatempo, lembra que a maior sensação de calor nem sempre irá ocorrer no momento mais quente do dia, porque depende da umidade, cujo nível pode variar de um local para outro e até em um mesmo ambiente.
A umidade também sofre variações dependendo da época do ano, da intensidade dos ventos e dos fenômenos meteorológicos que estão ocorrendo no local, como chuva e vento.
Em geral, afirma Pegorin, o nível de umidade do ar é maior à noite, no começo da manhã e após o pôr do sol, e menor nas horas mais quentes do dia.
“Esses índices biometeorológicos buscam traduzir como o nosso corpo está percebendo, não só a temperatura, mas o impacto de outros parâmetros atmosféricos”, diz o meteorologista Bruno Kabke Bainy, do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp (Universidade de Campinas).
A baixa umidade relativa do ar é melhor em dias quentes, apesar de causar desconforto respiratório ou nos olhos, diz o especialista da Unicamp, porque favorece a evaporação do suor, que é um mecanismo de resfriamento do corpo humano. Ou seja, a pessoa transpira menos e a sensação de calor é menor.
“Ar quente e úmido aumenta o desconforto térmico”, afirma a meteorologista Pegorn, da Climatempo.