Estava pensando o que escrever sobre os milhares de mortes de palestinos e chego à conclusão que a minha escrita será para não validar a narrativa ocidental de que estamos assistindo uma guerra entre o exército de Israel e o Hamas. Não! Desde os primeiros dias desta guerra que está a acontecer ficou claro que é uma guerra entre o estado de Israel e o povo Palestino, povo este que o governo de Israel considera como os outros. Não tem como ficar alheio ao sofrimento extremo dos palestinos ou se manter impassível quando se trata da questão palestina e da brutalidade praticada por Israel em mais um capítulo de violência fundamentalista de um estado institucionalizado contra um povo e o seu destino.
Como em pleno século XXI, podemos ver essas cenas de deslocamento interno de milhões de Palestinos na pequena área da Faixa de Gaza, onde famílias inteiras estão desfeitas por separações temporais e eternas? Como podemos assistir bombardeio sistemático sobre civis? Como podemos ver a ONU, no seu conselho de segurança, e os órgãos supranacionais da União Europeia manter-se alheia e em uma situação de quase inércia, validando uma situação duradoura de desumanidade praticada oficiosamente pelo estado de Israel contra civis palestinos?
As respostas para estas perguntas e que está a colocar ao fim a narrativa uníssono do mundo ocidental pró-Israel, estão sendo dadas pelas manifestações oficiais de rompimento diplomático com o estado de Israel, como já fizeram a Bolívia e a Colômbia, pelas denúncias contra Israel a Corte Internacional de Justiça e a denúncia feita ao primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ao Tribunal Penal Internacional e nos Estados Unidos da América, ativista pró- Palestina ocupou varias Universidades em protestos contra o apoio incondicional dos EUA ao governo de Benjamin Netanyahu.
Já são mais de 200 dias de genocídio ao vivo para todo o mundo em pleno século XXI e a mais importante e representativa Universidade, a Universidade de Colúmbia, foi ocupada.A ocupação de dezenas universidades norte-americanas reflete o descontentamento contra o governo do EUA que arma, apoia e defende Israel na prática de mortes de Palestinos. Já são mais de 35 mil mortes e mais de 70 mil feridos. Até quando os EUA e alguns países europeus garantirão ao estado de Israel cometer crimes de guerra e crimes contra humanidade? A repressão contra os estudantes nos EUA é uma tentativa de impor o silêncio daqueles que expressão a realidade da injustiça e a brutalidade estatal contra o povo Palestino. E se essas manifestações fossem pró-Israel, haveria repressão oficial? A democracia da classe média norte-americana está em prática. A liberdade de expressão garantida na Primeira Emenda da constituição dos Estados Unidos esta sendo ferida. Professor e Geógrafo Sucupira
Por Prof. Sucupira