O furacão Milton está sendo considerado um dos mais poderosos fenômenos naturais a atingir a região do Golfo do México em décadas. Classificado como um furacão de categoria 5, o mais alto na escala Saffir-Simpson, Milton já deixou um rastro de destruição ao passar pela península de Yucatán, no México, e agora avança rapidamente em direção à costa oeste da Flórida, com previsão de atingir a área na noite desta quarta-feira. A ameaça é tão grande que autoridades dos Estados Unidos e meteorologistas não hesitaram em afirmar que o impacto pode ser o pior que o estado já viu em um século.
O poder destrutivo do furacão Milton
O furacão Milton, que se formou rapidamente nas águas quentes do Golfo do México, atingiu ventos sustentados de até 270 km/h, com rajadas ainda mais intensas. Essa força avassaladora faz dele um dos furacões mais poderosos já registrados no Atlântico. Os cientistas atribuem a intensificação rápida da tempestade às mudanças climáticas, que elevam as temperaturas da superfície do oceano, fornecendo mais energia para esses eventos climáticos extremos.
Além dos ventos fortes, há previsões de chuvas torrenciais, com volumes variando de 250 a 380 milímetros em algumas regiões da Flórida. Essa quantidade de precipitação pode causar inundações severas, principalmente nas áreas urbanas mais baixas e costeiras, onde o risco de maré de tempestade também é elevado.
Medidas de emergência e evacuações
Em preparação para o impacto, o governador da Flórida, Ron DeSantis, declarou estado de emergência em 51 dos 67 condados do estado, e mais de 8 mil membros da Guarda Nacional foram mobilizados. A evacuação em massa já começou, com milhões de pessoas deixando suas casas em direção a áreas mais seguras. As rodovias estão lotadas de veículos, e postos de combustível relatam escassez em várias regiões, como Tampa e Orlando, dois dos principais centros populacionais ameaçados.
As autoridades têm repetido a necessidade de que os moradores obedeçam às ordens de evacuação. A prefeita de Tampa, Jane Castor, foi enfática ao afirmar que as pessoas que optarem por permanecer em áreas de risco estarão colocando suas vidas em perigo, reiterando a gravidade da situação com o aviso: “Se ficarem, vão morrer”.
Preparativos e suporte logístico
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também se pronunciou, afirmando que a tempestade pode ser a pior a atingir a Flórida em mais de um século. Biden suspendeu uma viagem internacional para monitorar de perto a situação e garantiu que todos os recursos federais necessários estão sendo enviados para a área. Geradores, lonas, alimentos e água estão sendo distribuídos em várias partes do estado, e voos adicionais foram autorizados para ajudar na evacuação.
Além disso, o furacão Milton chega em um momento especialmente difícil para a Flórida, que ainda está se recuperando dos danos causados pelo furacão Helene, ocorrido há apenas dez dias. O avanço de Milton pode transformar escombros e destroços que não foram removidos em projéteis perigosos, agravando ainda mais os impactos da tempestade.
Expectativa de impacto na Flórida
Quando Milton atingir a costa da Flórida, espera-se que ele mantenha a força de categoria 5, atravessando o estado de oeste a leste. A área da Baía de Tampa, com uma população de cerca de 3 milhões de pessoas, é uma das mais vulneráveis e não vê uma tempestade desse porte há mais de 100 anos. A combinação de maré de tempestade e inundações causadas pelas chuvas torrenciais pode resultar em uma destruição catastrófica, com previsões de falta de eletricidade e água potável por vários dias após a passagem da tempestade.
Os meteorologistas continuam a monitorar a trajetória de Milton e alertam que a tempestade pode manter sua intensidade por todo o estado, saindo do lado oposto da Flórida ainda como um furacão. Isso significa que o impacto pode ser sentido de maneira generalizada, desde as áreas costeiras até o interior do estado, com chuvas intensas, ventos fortes e potencial para inundações e deslizamentos de terra.
Linhas de ação e apoio às vítimas
O governo estadual e federal têm trabalhado de forma coordenada para mitigar os danos e garantir a segurança das pessoas. Com a experiência recente do furacão Helene, as equipes de emergência estão sendo reforçadas e os recursos estão sendo posicionados em pontos estratégicos. Hospitais, abrigos e centros de distribuição de suprimentos já estão em operação para atender à população que foi deslocada e que precisará de assistência nas próximas semanas.
Embora os esforços de preparação sejam enormes, a gravidade da situação permanece alarmante. As autoridades continuam reforçando que as pessoas em áreas de risco precisam sair imediatamente, enquanto ainda há tempo e condições seguras para evacuação. Para os que não conseguirem deixar suas casas, as recomendações são de que se preparem com suprimentos suficientes para sobreviver por pelo menos uma semana sem energia elétrica ou água potável.
Impactos econômicos e ambientais
Além dos danos imediatos à infraestrutura e às vidas humanas, o furacão Milton também deverá causar estragos significativos na economia da região. A Flórida, que é um dos principais destinos turísticos dos Estados Unidos, já vê grandes impactos com o fechamento de aeroportos, parques temáticos e atrações turísticas. O estado também é um importante produtor agrícola, e as plantações estão sob ameaça de destruição pelas chuvas e ventos fortes.
No longo prazo, os especialistas preveem que o impacto ambiental também será severo. A combinação de maré de tempestade, inundações e destruição de habitats naturais pode levar anos para ser revertida, especialmente em áreas costeiras que já estão fragilizadas pelos efeitos das mudanças climáticas.
Com Milton se aproximando rapidamente da costa da Flórida, as próximas horas serão decisivas para determinar o alcance da destruição que o furacão causará. As autoridades e os meteorologistas continuam em alerta máximo, e os moradores são instados a seguir todas as recomendações de segurança. À medida que a tempestade se aproxima, a prioridade é salvar vidas, e os preparativos estão em andamento para lidar com o que pode ser um dos desastres naturais mais devastadores da história recente dos Estados Unidos.
Com informações Mix Vale