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Desafiar uma imortal é coisa de cinema! Então eis-me aqui

Sobre cinema: Ponderações sem um mínimo de análises podem prejudicar uma discussão. Imagem: Companhia das Letras (Insta)

Me senti um tanto incomodado com um pequeno texto compartilhado pela imortal da Academia Brasileira de Letras Lilia Schwarcz em seu perfil no Instagram sobre o Oscar. (Mas quem és tu, pobre mortal?)

But my fellow americans, antes de tudo, um pouco de calma e ponderação.

A proposta é somente uma rápida avaliação diante do que foi escrito, quero crer que de modo apressado, mas que também deveria exigir cautela.

Primeiro e importante ponto: Sobre o que a antropóloga reflete no texto quando fala de políticos nacionais e estrangeiros, não discordo uma linha, contudo…

… Como todo e qualquer brasileiro tocado pela vitória de um filme brasileiro no Oscar, ela expressou algumas ideias sobre a premiação e a cerimônia, e digo, me parecem ideias “apressadas por atropelo” produzindo sentenças “atropeladas pela pressa”.

Filme Estrangeiro: Um prêmio internacional que realça o cinema nacional e acende discussões. Imagem: Terra (site)

Minha abordagem preserva o respeito pela relevância de seu trabalho – como escritora e antropóloga -, mas não me poupa de chamá-la à crítica quando se refere a importância e o valor da premiação estrangeira (Oscar).

Não farei remendos meticulosos em seus equívocos, portanto serei sucinto o quanto posso.

O título estampado na imagem (uma estatueta dourada) que ilustra sua publicação tem prerrogativas até bem pertinentes: “A cerimônia do Oscar é cafona, masculina e norte-americana. “Ainda Estou Aqui” foi nota subversiva dentro da mesmice do espetáculo”, escreve.

Opiniões: O cinema tem sido uma torre de babel de discussões. Imagem: Instagram (print)

Pela ordem. Sobre os figurinos achei que alguns homens estiveram até bem elegantes. Para falar de alguns, Coleman Domingo, Mick Jagger, Timothée Chalamet, Adrian Brody e até o suflê de isopor – para nossos padrões tele humorísticos – Conan O’Brain esteve sóbrio com um corte azulado. (Me parece que também usou um black tie)

Mas tudo refinadamente básico. Ao defender o “esplendor masculino”, a antropóloga esqueceu de perceber, e bastava observar, a variedade que houve de esplendores femininos. Mas acho isso – a questão da indumentária – mais desimportante.

Coleman Domingo menos discreto, mas ainda ainda assim em look sóbrio. Imagem: Metrópole (site)

E se me fosse requisitado opinião sobre cafonice (deselegância) nessa edição, elegeria sem medo a EGOT Whoopi Goldberg e seu vestido descompassado.

(Mas quem liga pra isso numa EGOT?)

EGOT: Artista na lista de quem já venceu Emmy (televisão), Grammy (música), Oscar (cinema) e Tony (teatro) na indústria de entretenimento norte-americana. Poder artístico absoluto.

Goldberg e Oprah no Oscar 2025: Sem deselegância com atriz, por favor. Já basta o vestido. Imagem: Oscar 2025

Sobre a questão de gênero observada por Schwarcz em Hollywood, desde a década de 1970 – e principalmente nela – a festa tem (premiado e) sido chacoalhada com uma “gangue” de novos diretores (poucas mulheres diretoras, deve-se reconhecer) e artistas que mexeram com o establishment do cinema norte-americano, período também em que mulheres transpuseram barreiras de preconceito que inviabilizavam destaques meritórios.

Foi um momento de avanços estéticos/narrativos onde as mulheres conquistavam cada vez mais evidência, principalmente em temas refletindo protagonismos e histórias particulares, assim como existiram brilhantes e inesquecíveis atuações de habilidosas atrizes. (E de lá até aqui tem melhorado bastante)

Na década de 70, tivemos ainda o movimento do cinema de blacksploitation que deu um protagonismo glorioso à mulher negra. Inclusive pode-se debater uma atuação disputadíssima entre homens e mulheres dentro desse gênero artístico norte-americano. Um movimento de muitos destaques.

Liza Minnelli na capa de uma revista sobre filmes dos anos 70. Presença marcante das mulheres. Imagem: Ed. Taschen

E se não podemos constatar que havia um ambiente igualmente ocupado entre atores e atrizes, diretores e diretoras, acompanhado a trajetória das estrelas em filmes produzidos em Hollywood, podemos pelo menos perceber maior independência, ousadia e oportunidades para as mulheres.

(A questão da sensualidade do erotismo, da beleza e da “objetificação” feminina seriam outras horas de barulho sobre essa assunto que também penso ser bastante mal discutido)

Mudando de ponto, não entro em maiores discussões sobre como Lilia Schwarcz se refere à categoria de “Filme Internacional” em seu breve texto, pois acho mais importante reafirmar que ao contrário do que se possa pensar, essa categoria compartilha um fértil panorama do cinema produzido em outros países.

Obviamente, falando de filmes estrangeiros, o recorte é e pode ser estreito, porém, sempre foi adequada oportunidade de conhecer cineastas, gêneros e histórias do mundo cinematográfico de outros países. (E até buscar conhecer outras filmografias em festivais de cinema de países com tradições diferentes)

Moçada, eu mesmo fui e sou “aluno” dessa categoria. Sempre fui.

Arrisco afirmar, minha categoria preferida. A lista de filmes apresentados desde 1957 quando foi instituída oficialmente, sempre foi enriquecedora e continuamente um ponto de partida para conhecer novas tradições cinematográficas.

Índia e Itália: Momentos significativos de filme internacionais. Duas belas homenagens ao cinema: Montagem: Arquivo Pessoal

Sobre a “nota subversiva” representada pelo filme brasileiro na festa dessa ano defendida pela Sra. Schwarcz, concordo com ressalva, sendo essa, a de que Hollywood também consegue ser subversiva em seu próprio ambiente criativo.

A “gangue dos anos 70” citada aqui para refletir padrões em Hollywood, foi tão ou mais subversiva quanto qualquer artista ou autor ambiciona ser como podemos perceber em um dos mais fiéis registros sobre o cinema da época: o livro “Easy Riders Raging Bulls”. (Traduzido para o português por uma das mulheres que mais entende sobre cinema no Brasil, Ana Maria Bahiana)

Não posso – nem consigo – discordar que o Oscar pode ser uma festa conservadora, mas suas doses de contestação e subversão existem e iluminam quando acontecem como em qualquer cerimônia que possui seus próprios limites e que não obstante podem ser excedidos. Essa é uma das forças da arte.

O cinema de Hollywood na década de 70. Péssimo título em português. Imagem: International Network

Entendo que a compreensão é simples (e legítima): A festa é norte-americana e de sua indústria cinematográfica e entretenimento. Ponto.

Nesse aspecto, como e o quê podemos discutir diante dessa legitimidade? Meu festival, minhas regras.

Sim, eu sei que o alvo da Profa. Lilia seja originário ao combate a uma espécie de “imperialismo cultural” ou “colonialismo cinematográfico”. Mas, e sobre o Brasil e sua relação com Hollywood?

Basta que com um pequeno esforço e boa vontade se consulte um verbete – nem precisa ler um livro inteiro – sobre os estúdios nacionais Cinédia, Atlântida e Vera Cruz para compreendermos como o padrão norte-americano (Hollywood) de modelo de estúdio influenciou nossa indústria cinematográfica.

Tínhamos inclusive nosso “star system” brasileiro com artistas da grandeza de Oscarito, Dercy Gonçalves, Grande Otelo, Eva Tudor e Anselmo Duarte.

“Matar ou Correr”: Otelo e Oscarito numa sátira ao faroeste “Matar ou Morrer”. Emulando Hollywood. Imagem: Arquivo Nacional

Isso também não quer dizer que nesse nosso início de industrialização do cinema não possuíamos uma identidade brasileira genuína, forjada pelos nosso próprios artistas e realizadores.

Artisticamente, mesmo com um sistema de produção influenciado pelo padrão hollywoodiano, o Brasil com suas chanchadas musicais derivadas do musical norte-americano e os dramalhões latinos sempre teve seu cadinho cultural.

E para mim, o ponto forte chega agora. O pêndulo das horas.

Pergunto: O que seria da história do cinema nacional sem a aflita e inquieta genialidade de José Mojica Marins, o “amaldiçoado” Zé do Caixão?

O mestre do cinema fantástico brasileiro assim não o seria se não fossem alguns monstros do cinema – Boris Karloff, Lon Chaney e Bela Lugosi – e os filmes B norte-americanos, formidáveis invenções de Hollywood.

Cinema nacional: Não teríamos o gênio de José Mojica se não fossem os filme B de Hollywood. Imagem: Arquivo Nacional

Evidentemente, houve uma ruptura com padrões hollywoodianos no decorrer da história do nosso cinema, e isso está circunscrito de forma clara em nossa cinematografia.

Além de sua originalidade, o Brasil espelhou-se esteticamente muito mais na Europa para criar seus paradigmas cinematográficos.

Lembro que conhecer o cinema nacional é descobrir as vantagens e desvantagens das próprias escolhas estéticas, narrativas, filosóficas e políticas, todas legítimas, mas Hollywood com suas cotas de virtudes e defeitos também deve ser compreendida com uma fonte irradiante de cinema, goste ou não.

Já temos dezenas de vigaristas jogando contra uma maior aproximação entre plateia e o cinema, colocando o público ainda mais distante da nossa história cinematográfica. Com mensageiros de grande alcance e qualificados (como Lilia Schwarcz) alimentando ainda mais os discursos de exceção pode-se agravar ainda mais essa relação.

Hollywood: “Sei que suas qualidades cobrem seus defeitos”, aconselha o cantor popular. Imagem: Terra (site)

Não estou em defesa do Oscar, não sou americanófilo (não gosto do termo, mas para me fazer compreender, uso), não intenciono ser cuspidor de regras, porém me preocupa ver alguém com o perfil da antropóloga compartilhar algo que cria tensões desnecessárias e específicas em relação a cerimônia e os variados filmes que podem representá-la.

Temo que incita as pessoas a criarem atritos completamente inúteis e indesejados com temerárias doses de ignorância desnecessária.

Em sua postagem, Lilia Schwarcz se apresenta completamente diferente daquela que conheci no livro “Brasil, Uma Biografia”, onde em determinado capitulo, ela (e sua parceira de escrita) faz uma coerente demonstração de como o economista Celso Furtado pode ter influenciado jovens cineastas com a popularização do termo “subdesenvolvimento” (p. 417). Uma história sobre a relevante capacidade do cinema brasileiro.

Contra o autoritarismo: estimular o pensamento crítico é melhor que impor ideias. Imagem: Brasil Biografias

Utilize-se da calma da memória, cara escritora. Retórica de raciocínio rápido nem sempre é retórica de bom raciocínio.

Para fazer o público se aproximar do cinema – principalmente o nacional – precisamos de melhor abordagem.

E por fim, Sra. Lilia Schwarcz, como disse Walter Salles em trecho de seu discurso não lido durante o Oscar da vitória, “governos autoritários surgem e desaparecem no esgoto da história, enquanto livros, canções e FILMES ficam conosco…”.

Entre a arte e o autoritarismo, também prefiro a arte.

Então?… O Oscar vai pra quem? (HD)

Tags: Anda Estou Aqui Brasil cinema Filme Internacional Filmes imperialismo cultural Lilia Schwarcz mulheres opinião Oscar redes sociais Walter Salles

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