Hoje o texto é rápido, recomendativo e aconselhador. (Então ao final, veja o filme por sua conta e risco!)
Os “broncos” ou “brucutus” sempre tiveram seus papéis na indústria de entretenimento norte-americana: Victor Mature, Charles Bronson, Chuck Norris, Steven Seagal (esse uma figura mais delirante que o Barão de Munchausen), e numa maior ou menor reinvenção artística, Clint Eastwood, Bruce Willis e, vá lá, Nicolas Cage.
Mas, “The Killer’s Game” chega a ser patético em suas tentativas de, dentro da gramática do estilo, se levar a sério como filme de ação e espionagem.
Victor Mature e Hedy Lammar: Um dos primeiros “brucutus” do cinema de ação. Filme: Sansão e Dalila
Filme estrelado por Dave Bautista e Sofia Boutella, atriz franco-argelina (do também insosso “Rebel Moon”), os dois não levam – ou entregam – nenhuma vantagem em seus atributos artísticos.
A história segue um assassino de aluguel conhecido por sua eficácia, que por conta própria se torna alvo de outros assassinos, após acreditar erroneamente que está com uma doença terminal. (O tratamento dado a essa reviravolta por si é constrangedor)
A vilã escolhida foi tão caricata e má atriz que até a Dona Florinda do Chaves parece ser mais ameaçadora e sexy que a personagem.
Nem o maior (e melhor) clichê de filmes de espionagem – o tour de missões em várias partes do mundo – trouxe qualquer atrativo na ambientação ou um senso cenográfico ao visual do filme.
Pom Klementieff: Que vilã mequetrefe. Dona Florinda faz mais medo! Imagem: Contra Divulgação
Ele (o filme) também tenta e… Não serve como comédia!… Não serve como exploitation!… E por fim, nem serve como show de violência gráfica! Uma barafunda de gêneros que não dão qualquer liga.
E essa é a diferença entre esse genérico e outros filmes recentes como a franquia John Wick, o surpreendente Anônimo (Nobody/2021) e quase todos do exímio coreógrafo das porradas, John Woo. (Digo quase todos, porque seu novo “O Silêncio da Vingança” (2023) também é uma lástima)
Fervura Máxima (Hard Boiled/1992): John Woo em plena força criativa nos filmes de ação. Cartaz: Divulgação
Pra fazer valer o adágio “pérola entre os porcos”, temos um personagem que fica cerca de 7 ou 8 minutos em tela que valeria, aí sim, um filme todo – o assassino de aluguel espanhol “Botas” – e Dolly Parton participando da trilha sonora com uma versão de uma canção dos anos 90 chamada “Shine” da desconhecida banda Collective Soul.
Para terminar de afundar o barco furado, digo que até qualquer um dos mais infames filmes (e são quase todos) do “astro” de filmes de ação moderno – Jason Statham – vira uma obra prima diante desse The Killer’s Game. (E olha que Statham recentemente venceu um tubarão gigante no murro!)
Collective Soul: Coletânea (CD) de demos que foi lançada em 1993 no Brasil. Imagem: Inter. Network
“Um Espetacular Filme B+ de Alta Classe!”, comentou um internauta sobre esse filme. Ele não poderia ter mentido tão violentamente. (HD)